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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Um dos dias que oprimi uma pessoa que eu gostava.

Todo texto terei que falar: Sou homem, sou branco, sou cisgênero, sou privilegiado, sou estúpido.
Não enxergo nada além da ponta do meu nariz.
Essa pessoa me disse: "Não te acho um idiota, só muito confuso".

Sou confuso, não sei quem eu sou, sou devagar, sou uma pessoa abaixo da média, por mais que essa pessoa tenha dito o contrário.

Eu acho que consigo fazer coisas boas sim, mas não consigo valorizar o que eu faço. Sempre acho que devo fazer mais e melhor.

"Oh! Pobre coitado. Você escreve neste blog para as pessoas sentirem pena de você e você ganhar confetes. Quer que elas digam: 'Poor boy, give me a hug, diggle diggle. Haha, you are awesome!'".

Não. Eu não mostro isso pra ninguém, Alef.
Só quero escrever para depois ver o que eu sinto.

Estou procurando um psicólogo para poder contar sobre mim, para entender o que eu faço. Eu vou acabar fazendo mal para as pessoas em breve, mas será só mais uma vez. Ficarão decepcionados, mas como essa pessoa me disse: "Decepção passa".

"Coitado, tão jovem. Ele era sorridente, não entendo como ele fez isso. Tinha tantos privilégios na vida, poderia ter sido grande".

Quero ir embora.
Não quero mais oprimir você.

Acho que em breve vou embora, não sei se 20 anos serão necessários.
Será que dói? Não tem outro jeito de descobrir.

Quando eu for, entrega a bateria pro Samuca? Eu acho que ele vai gostar.

Obrigado por conversar comigo, foi muito importante.